No dia 24 de novembro a Ocupa Rio recebeu a visita inesperada do subprefeito Thiago Barcellos cercado de policiais. Os acupantes tentaram dialogar, mas o homem disse que não tinha nada para conversar e deu um ultimato: queria todos fora dali, pois voltaria no final da tarde com a PM para expulsar todo mundo. O motivo: "a Cinelândia" já tinha se livrado dos "mendigos" e a ocupação tinha feito eles voltarem. Até agora a PM ainda não veio, mas ficou claro que para os comerciantes da região e o subprefeito a Ocupa Rio "já não é mais um ato político", pois "cada vez há mais moradores de rua!"
O cenário da Ocupação mudou bastante: não se vê mais aqueles formigueiros de pessoas, a maioria de classe média. Agora há 34 barracas, a grande maioria ocupada por moradores em situação de rua. A rede de apoiadores da Ocupa continua forte: oficinas e assembléias diversas surgem todos os dias, intercaladas com rodas de samba. Um dilema decisivo vem se colocando: como construir uma luta comum, uma estratégia que consiga unir histórias tão difíceis? Há também uma inspiração no ar, o sentimento de que se a comunicação for possível, um movimento poderoso poderá nascer.
Ontem foi a reunião aberta do CMI-Rio na Ocupa. Com uma participação flutuante de cerca de 20 pessoas, marcou a volta das atividades do coletivo do Rio e a entrada de novos/as voluntários/as. Durante a reunião, duas mulheres interromperam a "pauta" e fizeram longos desabafos sobre as suas vidas de opressão e resistência cotidiana, uma delas até chorou. "A resistência à organização da vida como sobrevivência contém mais poesia do que tudo que se publicou em verso e prosa" (I.S.). Muitos/as ainda pensam que não há, nessa praça, o desenrolar de uma ação genuinamente política!
Fonte:http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2011/12/500777.shtml
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