quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Café Amargo: O aumento das tarifas de ônibus e o ano de mudanças e transformações

(Muros que cantam)

A chuva de janeiro já anunciava os tempos nublados para o povo de Pernambuco que as velhas oligarquias, políticos profissionais e a (nova) elite preparavam para o início de 2013. O aumento das tarifas de ônibus é um mal anunciado desde a revolta do mês de novembro de 2005, quando a população recifense incendiou as principais avenidas da capital pernambucana. Os empresários aprenderam, e desde então, de forma tática, os aumentos das tarifas de ônibus ocorrem no período das férias escolares e antes do carnaval. 

As más condições dos coletivos, má qualidade do serviço prestado, superlotação, calor insuportável e empurra-empurra são as notas musicais da orquestra da tortura diária regida pelo Grande Recife Consórcio de Transporte da Região Metropolitana do Recife. 

(Repressão em 2012)

Amanhã, o maestro se apresenta com sua trabalhada indumentária, a que teima chamar de democracia, na reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), onde se diz estar presentes os principais representantes dos interessados pelo nosso transporte público. Na verdade, trata-se de um jogo de cartas marcadas, onde os empresários tem seus interesses garantidos, em detrimento dos usuários. Tudo, é claro, revestido pelo que costumaram chamar democracia participativa.

E são com notícias como estas que acorda a capital e suas vizinhas; um ingrediente amargo no café da manhã de todas e todos nós. Resta saber, quando a passagem aumentar, onde o Recife vai parar?

(Encantar a luta)

Ousaremos aprender com nossos ancestrais, que descrevem 2013 como o ano da passagem da vida para a morte? Um período de tragédias, mas repleto de mudanças e transformações. Ousaremos lutar como os Encantados, que resistem aos ataques do mundo “civilizado” há 512 anos no Brasil? São tempos de (re)criar a luta e resistir como os ancestrais.
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