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Com o surgimento da cultura de massa no começo do século XX, a sociedade foi sofrendo o chamado processo de aculturação ideológica. Os grandes veículos de comunicação social de massa, por estarem ligados ao grande capital acumulado mundial, estimulam e difundem a cultura de massa em escala industrial e internacional. Dentro desta problemática, a cultura foi sendo tomada por valores conectados à ideologia dominante que destroem elementos próprios de alteridade, identidade e resistência. O Revocultura é fundamentado na perspectiva de fomento constate a arte e cultura livre.
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Por onde caminhamos...
Estamos vencendo…
Numa manhã de céu azul na cidade do recife, com o caos dos engarrafamentos rotineiros, deu-se início no Bosque Sagrado da UFRPE, no Campus de Dois Irmãos, o REVOCULTURA. a galera foi chegando aos poucos e logo realizando alguma atividade, pegando lenha para fogueira, limpando o ambiente e ornamentando o Bosque com poesias, máscaras e intervenções artísticas.
As oficinas foram sendo oferecidas de forma livre logo na parte da manhã e se intensificando pela tarde. foram oferecidas oficinas de máscara, vazados, tingimento de camisas, confecção de cestas de náilon e pintura a óleo. o almoço vegetariano, feito por estudantes da rural, foi servido às 13h, sendo cobrada uma taxa de 2 reais, mas nem todxs contribuíram. após o almoço, a grande maioria dxs participantes do Revocultura formou um grande círculo em que pandeiros e cavaquinhos tornaram-se presentes através das canções que embalaram conversas e descanso dxs que estavam aproveitando o Bosque. a proposta inicial de realizar o CINELIVRE infelizmente terminou não rolando, houve esvaziamento dessa atividade na sala de aula. o Sarau à noite foi relativamente tímido, pois muitxs dxs participantes do festival tiveram que assistir aula.
A iniciativa veio como primeiro passo para que o nosso Bosque, além de um ambiente de sociabilidade, seja preservado e ressignificado e, sobretudo, para que o REVOCULTURA, que nascera naquele momento, cresça e seja uma (inov)ação (re)criada pelo público, livre e autonomamente. saudações!
Pequeno relato sentimental e amoroso sobre o REVOCULTURA NO II ERECS NORDESTE...
o verde, o marron, o amarelo e outras multicores vividas teciam a resistência no assentamento da Normandia naquela manhã. a coletividade pedia espaço em uma clara demonstração de que a harmonia entre seres é possível. contrapomos o cinza, o preto e o encardido das metrópoles nordestinas. para além do individualismo, comungamos organicamente de novas relações sociais pautadas no coletivo.
Depois dos quinhentos anos da terrível noite da dominação, acordamos. respirar e sentir o ar dentro dos pulmões em liberdade é provar do doce do mel da esperança.
E aquela manhã na Normandia acordou a luta dos nossos ancestrais que repousava no nosso peito. naquele solo sagrado de muitas lutas promovido pelos camponeses do MST, brotava a nítida demonstração de que outro modelo social é possível.
AFRORUPTURA...
Suor, sangue e racismo teceram o “desenvolvimento” brasileiro e o lucro dos países imperialistas europeus durante séculos de história. no entanto, essas feridas sociais não fazem parte do passado, pois negras/os e pardas/os recebem menores salários, lideram estatísticas de vítimas de mortes violentas e constituem maioria da população carcerária.
Partindo dessas manchas sociais, o coletivo REVOCULTURA propôs uma parceria com o Museu da Abolição de Pernambuco para fazermos do lugar um espaço de criação e vivência que nos proporcione cultivar as sementes da resistência aos vários exercícios de poder da nossa sociedade, tal como o racismo. acreditamos que a partir da autogestão social, autonomia e construção coletiva de arte e conhecimento livres podemos germinar novos paradigmas que nos orientem para uma sociedade pautada na liberdade e nos trabalhos coletivo e criativo.
Tendo como metodologia que as oficinas não sejam apenas "apresentadas", mas que agora oficineirxs atuem como facilitadorxs e o resultado final de cada oficina seja uma construção coletiva de seus participantes, a ideia é que esses saberes compartilhados nestes núcleos de criatividade retornem ao grande grupo. para isso, sempre ao término das atividades, xs participantes devem voltar a se reunir em uma grande roda que a princípio ocorreria em três momentos: no início do dia, no horário do almoço e ao fim do dia. com isso, as informações circulariam mais por todxs xs participantes e não apenas entre participantes de determinada oficina, como ocorreu na edição anterior.
Breve relato do Afroruptura:
“O Afroruptura também venceu. Mesmo que não saibamos, ao certo, e ainda, o que significa vencer. Muitas atividades na cidade foram marcadas para o mesmo dia, simultaneamente ao Revocultura, e o público terminou se dividindo. Mas só temos a comemorar, são mais espaços autônomos e empenhados na ruptura que estão surgindo. e nessa onda de recriação, estávamos lá, no dia 11 de junho, no Museu da Abolição, revoculturando.
Algumas oficinas não rolaram, o almoço só conseguiu sair no fim da tarde. Mas a música não cessava. A velha lona do Revocultura estirada no chão, pessoas deitadas, conversando ou jogando gamão. Capoeira angola. Pintura na parede, cota para o refrigerante, yoga no começo do dia, estúdio livre no começo da noite. sabíamos que a proposta de programação podia mudar totalmente, e mudou. mas ninguém disse que não podia mudar. O Revocultura significa apostar no (e sobreviver do) caos dinâmico e autônomo dxs agentes da festividade.”
(escrito em 15 de junho)
Revocultura não é um grupo, é uma ação. E esta ação pode e deve ser construída por aquelxs que colaboram a cada festival, nos bastidores e na hora. Desde a logística até o espírito. Este é o Revo, uma proposta de evento que tem vida própria – e deve ser impulsionada por quaisquer uns(umas) de nós, coletivo, criativo e afetivamente. O festival pode mudar e é importante que mude, mesmo que por alguns dias ou meses ele não seja nada. Sem medo do fim, em busca da transformação. A essência: fomentar a arte e a cultura livres.
“A essência da festa: cara a cara, um grupo de seres humanos coloca seus esforços em sinergia para realizar desejos mútuos, seja por boa comida e alegria, por dança, conversa, pelas artes da vida. Talvez até mesmo por prazer erótico ou para criar uma obra de arte comunal, ou para alcançar o arroubamento do êxtase. Em suma, uma “união de únicos” (como coloca Stirner) em sua forma mais simples, ou então, nos termos de Kropotkin, um básico impulso biológico de “ajuda mútua”. (Aqui devemos mencionar a “economia do excesso” de Bataille e sua teoria sobre a cultura potlatch.)” (extraído de Zona Autônoma Temporária – Hakim Bey)
Festival de arte e cultura LIVRE: Festa no Curral
Os ventos de agosto trouxeram a necessidade de pintar com novas cores a Resistência Recifense! E agora estamos abrindo a Primavera (dos povos?), estação que já passou por tantos momentos REVOLUCIONÁRIOS, esta não será diferente! Nós do Recife Resiste e do Revolcultura temos o orgulho de trazer à cidade mais um epsódio da luta anticapitalista.
No dia 16 de setembro, na UFRPE, iremos realizar uma festa com muito Rock n' Roll, Ond as Libertárias, Rebeldia, Amor e Lisergia. Estamos organizando esta festa para dar início aos projetos do GRRRR! ( Grupo de Rádio Recife Resiste e Revocultura).
Temos a necessidade de uma rádio livre que dê suporte à convergência de grupos autônomos em Recife, promovendo discussões e trocas diversas, alternativas ao mainstream midiático: Festivais autônomos, programas de música instigados!, oficinas para a construção de transmissores de rádio e muito mais. Para isso estamos conclamando nossxs companheirxs a se aproximarem e participarem, de forma a dizimar a separação entre emissor(a) e espectador(a) até onde for possível.
Comunicação é mobilização!
No dia 16 de setembro, na UFRPE, iremos realizar uma festa com muito Rock n' Roll, Ond as Libertárias, Rebeldia, Amor e Lisergia. Estamos organizando esta festa para dar início aos projetos do GRRRR! ( Grupo de Rádio Recife Resiste e Revocultura).
Temos a necessidade de uma rádio livre que dê suporte à convergência de grupos autônomos em Recife, promovendo discussões e trocas diversas, alternativas ao mainstream midiático: Festivais autônomos, programas de música instigados!, oficinas para a construção de transmissores de rádio e muito mais. Para isso estamos conclamando nossxs companheirxs a se aproximarem e participarem, de forma a dizimar a separação entre emissor(a) e espectador(a) até onde for possível.
Comunicação é mobilização!
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A partir das 14hs oficinas de:
Experimentação áudio-visual
Construção de fanzine
Transmissão FM e WEB / Rádio livre
A partir das 17hs exibição de curtas - traga o seu curta!
A partir das 18hs shows com as bandas:
Tangerina Azul
Dead Lindas
Cosmogrão
A partir da 00:00h:
banho de açude grátis
GRRRRRRRRRRRRRRR!
Festa no Curral!
Demonstramos que é possível construir autonomamente atividades culturais e políticas em Recife, pois juntamos a nossa voz aos Zapatistas de Chiapas que “todos los políticos son iguales”.
Sons, cores e alegria são as nossas formas de ação direta na construção de um novo calendário de Lutas Sociais. Apesar de a festa ter sido ofuscada pela política de exclusão da UFRPE - com moradorxs da comunidade Sítio dos Pintos retirados do campus da Universidade por serem mulatxs, pobres e malvestidos.
Ratificamos nossa posição contra todo ato de opressão institucional da UFRPE perante as comunidades circunvizinhas.
O céu estrelado e a lua de 16 de Setembro de 2011 abrirão novos caminhos de solidariedade entre o REVOCULTURA e o Recife Resiste na construção da Rádio Livre Curral.
Agradecemos todxs pela festa no Curral!
Parabéns pela iniciativa! Muito bom!
ResponderExcluirLeonardo Ramalho.
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