segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Sobre Ancestralidade. Sobre o Bosque Sagrado


Um século de existência propõe uma reflexão sobre o princípio, sobre o início de um processo urbanizador do espaço rural. Que sempre foi o verde, os espiritos dos encantados e a força de Ossain, que está viva nas folhas. É também território do grande Quilombo do Catucá, terra de existência dos grandes Reis Malunguinhos; espaço de continuidade de nossa raiz indígena, principalmente de sua miscigenação; e de respeito aos nossos ancestrais.

Hoje a universidade federal RURAL de pernambuco, preserva a prática da memória mais antiga, senão da única que nos torna (Brasileiros) singulares: A capacidade de importar e se adequar a modelos. Modelos de educação, modelos de comunicação, modelos de copiar modelos, modelos de desfile. E copiamos um sentimento infantiloide de querer ser, pelo que se parece ser. E quis se parecer o primo não-rural, quando podia-se elevar as origens ancestrais do verde, e se apresentar rural para os rurais, se apresentar intelectualmente rural para os “não-rurais”.

E não vamos falar sobre modernização, já que a tecnologia da urbanização pautada na construção civil traz o mais do mesmo há anos. O que se tem pesquisado sobre energia limpa, preservação de áreas verde, bioconstrução, processos de ventilação natural, nos ditos “cursos verdes” da Rural? E o que se tem pesquisado: sobre aquecimento climático pautado na construção de mais estradas; multiplicação do numero de carros; ou mesmo o germe do concreto desarmônico que cada dia mais nos esconde o céu e nos distância da terra? Bom, a mãe rural não vem dando exemplos de modernização Rural. E não estamos falando sobre tratores certo? (Claro que não) Mas todos nós como alunos, professores, técnicos ou gestores, somos “Rural” e o que vamos dizer quando nos perguntarem sobre: O crime ambiental que ‘cometemos’ para construção de uma biblioteca setorial, que arcou os custos da pressa de uma obra condenada ao fracasso; ou sobre a verticalização de nossos prédios espelhados; ou sobre a pavimentação (pixe) de estradas rurais, que não deveriam dar espaço para que velozes ego-motores cheguem rápido... do Cegoe ao R.U.?; ou sobre a quantidade de ar condicionados num dos poucos espaços de área verde no Recife? O que diremos? O que você dirá?

Que o sinônimo que a nossa universidade atribuiu ao “rural”, foi “atraso”!? E por isso não quer ser rural? Que paradoxo confuso...


Foi preciso Revoculturar novamente, saudar nossos ancestrais e voltar pra casa. O Revocultura pede reintegração de posse das áreas verdes. E busca os movimentos de origem para vacinar-se ante aos processos ‘modernizadores’ (vocês podem rir todas as vezes que eu disser essa palavra). E traz as sementes do Bosque Sagrado para germinar com arte, brotos de revolução verde, de intelectualidade das folhas e da proteção de Ossain.
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