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| Reunião da Comunidade Bom Jesus na Prefeitura |
Por Ivan Rodrigo e Caio Zé
Hoje (24/05/12) foi um dia atípico para a Comunidade Bom Jesus. No dia anterior (23/05/12), ás 4hrs da manhã, a comunidade sofrera um grande abuso promovido pela DIRCON e pela Polícia Militar de PE, onde 47 famílias foram surpreendidas e despejadas dos seus casebres, sem ao menos um aviso, construídos irregularmente por cima do túnel de Boa Viagem (e por debaixo do viaduto Tancredo Neves). Mais indignante é saber que a lei e seus “representantes” não estavam com o dispositivo legal (alvará). Foram muitos os prejuízos, o despejo foi feito sem ao menos respeitar a retirada dos pertences dos moradores. Muitas pessoas saíram com nada mais nada menos que a roupa do couro.
Várias crianças, idosXs e seus respectivos familiares, diante do desumano descaso proferido pela Prefeitura do Recife, decidiram levantar suas vozes, primeiramente, ocupando o hall da câmera dos vereadores, por volta de 6hrs da manhã. E em seguida, na sede do governo municipal. Por volta das 17h, os manifestantes, numa situação deflagradamente precária, resolveram ocupar o sub-solo do prédio entoando palavras de ordem até serem recepcionados pelas “competências” governamentais que tratam desses assuntos. Em alguns diálogos com as vítimas da ocasião, conseguimos perceber rapidamente o drama promovido por uma má articulação sistêmica entre assistência social e desenvolvimento urbano municipais. São vários relatos; vidas desconfiguradas; famílias tratadas como objeto, como se fossem perecíveis ao Estado.
As vítimas desse absurdo se sentiram como se estivessem numa zona de pacificação do Rio de janeiro, até parece que a polícia está treinando para a copa do mundo, e o pior, com populações reais, como se estivesse em estado de guerra. A verdade é que alguns viviam há pouco tempo na localidade, pois não tinham condições de pagar os altos aluguéis cobrados. Neste caos, fica a reflexão:
Será que eles querem respeito? E a cidadania?
Emergente mesmo é a passagem do conhecimento e das informações.
Somos ainda tão carentes!
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