Na última quinta-feira (01/12) estudantes foram abordados por policiais com a denúncia de tráfico de drogas e não se trata de um caso isolado, pois os policiais estão abordando estudantes no campus também por outros motivos; chegando a tolher, inclusive, a comunidade circunvizinha, proibindo-a de circular livremente na universidade, durante os eventos, inclusive nas calouradas.
Por esse motivo o REVOCULTURA realizará uma série de entrevistas com a temática:Quem policia a polícia nas universidades públicas?
Para começar chamamos para essa roda de diálogo:
OTÁVIO LUIZ MACHADO: Pesquisador do Programa Juventudes, Democracia, Direitos Humanos e Cidadania da UFPE (PROJUPE)
Quanto o S.(a) acha que a presença da policia militar e de segurança privada armada fere a autonomia das universidades públicas?
RESPOSTA: Como tratamos de uma instituição educativa e voltada à formação de pessoas e à produção de conhecimento para a sociedade, o que se percebe que a presença de uma estrutura criada exclusivamente para a repressão não coaduna com o ambiente do qual falamos. O investimento em seguranças concursadas, a utilização de tecnologias voltadas a prevenção de crimes e outras formas mais efetivas e próprias para esse ambiente precisam ganhar destaque.
Qual é o papel da polícia militar dentro do campus numa conjuntura de democracia representativa no Brasil?
RESPOSTA: O papel da PM no campus cumpre esse papel exclusivo de ser o braço repressor do sistema no ambiente universitário. As práticas e ações dessa instituição não atendem a nenhum projeto de universidade democrática.
Por que o estopim é vinculado ao consumo de maconha e não outros fatos mais sérios que deveriam mobilizar a comunidade acadêmica?
RESPOSTA: Sempre é preciso de uma justificativa para implantar o que não foi amplamente debatido pela universidade e nem pela sociedade. O consumo de drogas envolve aqueles que na visão autoritária precisam de controle e de repressão: a juventude como um grupo propenso ao crime e à violência e que precisa ser vigiado, reprimido e punido.
Quem policia a polícia nas universidades públicas?
RESPOSTA: Ninguém.
PARABÉNS POR ISSO GALERA
ResponderExcluirPEDRO LANGSCH
Então deixaremos o tráfico tomar conta da UFRPE, que mesmo com a ''presença maciça de seguranças armados'' não deixa ninguem se sentir seguro. Não sei por que não foi citado, a tentativa de estupro que aconteceu recentemente em nossa universidade. Se tratando de Universidade Pública, vai demorar bastante para esperarmos seguranças concursados,e tecnologias para coibir as ações do tráfico e de qualquer tipo de violência, todos nós sabemos da burocracia que existe em tudo numa IES publica. Quem tem que repensar o papel de PM é a própria PM, se ela tá reprimindo o vagabundo, o maconheiro, ela tá cumprindo o papel dela, se o cara tá traficando, tem que prender mesmo. E ainda sim, me sinto extremamente inseguro por lá, principalmente a noite...
ResponderExcluirJoão Victor Cruz
O debate central dessa atual conjuntura da UFRPE é a autonomia universitária. O trafico de drogas tem q ser tratado como um problema social e de saúde publica. Historicamente políticas conservadores de repressão ao trafico demonstraram-se ineficazes. Sobre o caso do estupro tentaremos abordar nas próximas entrevistas. O interessante é que esse discurso carregado de preconceitos como “vagabundo/maconheiro” está intimamente relacionado com a ideologia das elites conservadoras empresariais e da velha oligarquia agrária desse país.
ResponderExcluirLuis Soares
quem é o próximo entrevistado?
ResponderExcluirEstamos esperando a resposta de Jimmy Carter.;)
ResponderExcluirLuis Soares