Todos os tipos de manifestantes – jovens, velhos, crianças – confluiram para a Praça Syntagma, protestando contra o desemprego, a impunidade política, da corrupção e da introdução do segundo memorando.
Em Salónica, dezenas de milhares reuniram-se em frente à Torre Branca [Lefkos Pyrgos] e o número de manifestantes chegou aos 30.000. Foi o maior protesto até agora de “indignados”. Os manifestantes gritavam palavras de ordem contra o FMI, juntamente com outros como “tomar as ruas antes que nos crucifiquem” e “não vão nos tirar os direitos”.
Protestos semelhantes ocorreram noutras cidades gregas também.
Em Patra, os manifestantes apareceram com dois mock-ups (do vice-presidente do governo Theodoros Pagalos e de Angela Merkel). Milhares de pessoas reuniram na praça do Georgiu e gritaram slogans como ” Eu sinto muito! Eu não posso pagar pela crise / o meu dinheiro está numa conta bancária na Suíça “ou “Referendo do FMI agora!”
Entretanto, em Chania (Creta), um grupo armado de extrema direita (cerca de 20-30 pessoas), possivelmente relacionado com o grupelho neo-fascista “Golden Dawn”, apareceu na Praça Agoras onde a Assembleia de “Democracia direta Agora!” tinha lugar, com o objetivo de expor o seu discurso de ódio. Perante os abusos físicos e verbais deste grupo e com a ajuda de alguns dos participantes e doutros transeuntes, os fascistas foram expulsos.
A extrema-direita tem encontrado um travão na ação dos anarquistas que têm tido um papel fundamental na defesa dos imigrantes – vítimas privilegiadas dos seus ataques assassinos – depois de terem sido eles próprios alvo de ataques concertados de grupos de neo-nazis, com a cobertura da polícia.
Até agora, as Assembleias têm sido pacíficas. As pessoas estão a se unir, independentemente da convicção política, por razões puramente económicas.
Na noite de 11 junho, a Assembleia Popular da Praça Syntagma anunciou um Apelo para o bloqueio do Parlamento grego antes da votação do chamado Acordo Intercalar entre o governo grego e a troika (FMI / BCE / UE). O novo acordo inclui aumento de impostos selvagens, mais redução dos salários e das pensões e a lay-off de mais de 100 mil funcionários públicos nos próximos anos.
Entretanto o movimento anarquista está na rua também, combatendo os neonazis e os racistas e tentando edificar canais de comunicação com os imigrantes para organizar grupos multirraciais de autodefesa ativa e para provocar o isolamento político dos fascistas nos bairros.
A cidade está novamente a preparar uma Greve Geral (15 de Junho).
24 horas nas ruas!
Damos a nossa própria resposta ao Acordo Intercalar
a 15 de Junho cercando o Parlamento
Agora que o governo está a tentar votar o acordo de médio prazo, os que nos reunimos e ficamos em Syntagma, que cercamos o Parlamento, todos juntos, vamos continuar e fortalecer as mobilizações que começaram em 25 de maio. Anossa próxima ação é a Greve Geral de 15 de junho. Não vamos parar até que retirem o Acordo.
Apoiamos por todos os meios a Greve Geral e manifestar-nos-emos pacificamente. A 15 de junho, não trabalharemos e não consumiremos. Estamos em coordenação com todos as pessoas que desejam expressar o seu desacordo com o Acordo de médio prazo, com os grevistas e com os seus sindicatos, com as Assembleias Populares, com as mobilizações e as ocupações em todo o país. Apelamos aos artistas para apoiar esta mobilização, para tomar as ruas connosco e expressar a sua criatividade.
Teremos três grandes pontos de encontro:
Quarta-feira, 15 de Junho, às 07:00
1. Em frente ao Parlamento
2. Na paragem de metro Evangelismos.
3. No Estádio Panathenaic (na Avenida Vasileos Konstantinou)
Até 15 de junho ficaremos em Atenas para nos certificarmos de que a convocação da Assembléia Popular Syntagma foi espalhada por toda a parte.
Vamos fazer com que oiçam a nossa voz bem alto:
Acordo Intercalar não deve passar!
Assembleia Popular da Praça Syntagma, 11 de junho de 2011
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