sexta-feira, 6 de maio de 2011

ALGUMAS TESES SOBRE A LUTA ANTI-SISTÊMICA.


UM – Não se pode entender e explicar o sistema capitalista sem o conceito de guerra. Sua sobrevivência e seu crescimento dependem primordialmente da guerra e de tudo o que ela se associa e implica. Por meio dela e nela, o capitalismo despoja, explora, reprime e discrimina. Na etapa de globalização neoliberal, o capitalismo faz guerra à humanidade inteira.

DOIS – Para aumentar seu lucro, os capitalistas não só recorrem à redução dos custos de produção ou ao aumento de preços de venda das mercadorias. Isto é correto, porém incompleto. Há pelo menos mais três outras formas: uma é o aumento da produtividade; outra é a produção de novas mercadorias; uma outra é a abertura de novos mercados.

TRÊS – A produção de novas mercadorias e a abertura de novos mercados é conseguida agora com a conquista e reconquista de territórios e espaços sociais que antes não tinham interesses para o capital. Conhecimentos ancestrais e códigos genéticos, além de recursos naturais como a água, os bosques e o ar são agora mercadorias com mercados abertos ou por abrir. Quem se encontra nos espaços e territórios com estas e outras mercadorias, são, querendo ou não, inimigos do capital.

QUATRO – O capitalismo não tem como destino inevitável sua autodestruição, a menos que inclua o mundo inteiro. As versões apocalípticas sobre o colapso do sistema por si mesmo são erradas. Como indígenas, levamos vários séculos escutando profecias neste sentido.

CINCO – A destruição do sistema capitalista só se realizará se um ou muitos movimentos o enfrentem e o derrotem em seu núcleo central, quer dizer, na propriedade privada dos meios de produção e de troca.

SEIS – As transformações reais de uma sociedade, quer dizer, das relações sócias em um momento histórico, como bem assinala Wallerstein em alguns de seus textos, são as que vão dirigidas ao sistema em seu conjunto. Atualmente não são possíveis os remendos ou as reformas. Em troca são possíveis e necessários os movimentos anti-sistêmicos.

SETE – As grandes transformações não começam acima nem como fatos monumentais e épicos, e sim com movimentos pequenos em sua forma e que aparecem como irrelevantes para o político e analista de cima. A história não se transforma a partir de praças cheias ou multidões indignadas, e sim, como assinala Carlos Aguirre Rojas, a partir da consciência organizada de grupos e coletivos que se conhecem e se reconhecem mutuamente, abaixo e à esquerda, e constituem outra política.

fOnTe:http://pt-br.protopia.wikia.com/wiki/Acima,_pensar_o_Branco_-_a_geografia_e_o_calend%C3%A1rio_da_teoria

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