domingo, 30 de janeiro de 2011

Considerações sobre o terceiro ato contra o aumento das passagens (28/01)


O ato de hoje contra o aumento das passagens começou de maneira bem parecida com os anteriores. Seguiu, inicialmente, quase o mesmo percurso: saiu da Rua do Hospício, passou pela Av. Conde da Boa Vista com paradas curtas; chegou a Av. Agamenon Magalhães indo em direção à Secretaria das Cidades, além de mesma estrutura: carro de som para entoar palavras de ordem, e para o rodízio de discursos entre os principais dirigentes estudantis e alguns manifestantes e transeuntes aderentes da causa. Porém, mesmo com tais semelhanças a manifestação se diferenciou de suas antecedentes. Apesar do número significativamente menor de pessoas, em relação ao ato anterior, alguns dos manifestantes, que faziam maioria no protesto, preteriram a reunião na Secretaria das Cidades ao priorizar como rumo para manifestação o fechamento da 
 Av. Agamenon Magalhães em diversos pontos.

Organizado majoritariamente pela UESPE (União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco) em aliança com o Comitê Contra o Aumento das Passagens e dos Salários dos Parlamentares, o protesto teve como foco a reunião naquela entidade governamental, na tentativa de pressionar e possivelmente se reunir com o secretário Danilo Cabral. Mais uma vez considerando o Estado como esfera que pode ter interesses conciliáveis com os da população. A chegada à Agamenon Magalhães foi marcada pelo mesmo fato ocorrido na manifestação anterior (13 de janeiro): manifestantes independentes pretenderam fechar a avenida naquele momento, e outros manifestantes – os que mais se utilizavam do carro de som e desfilavam hasteando bandeiras partidárias -, continuaram em passeata sem mero sinal de hesitação. Resumo da ópera: seguiu-se rumo à Secretaria, e lá se chegou. Felizmente, o fato de Danilo Cabral se negar a fazer uma reunião com os manifestantes fez com que estes retornassem para a Agamenon Magalhães. Lá chegando começou uma outra manifestação mais combativa e que se propunha ao enfrentamento em busca dos seus propósitos. O carro de som foi abandonado, o que colaborou com o aumento da gestão popular do protesto.

Até então a polícia conhecia o itinerário do protesto. A partir deste momento ela teve que agir de acordo com o que os manifestantes decidiam na hora. Ocorreram algumas intervenções de lideranças policiais para tentar manipular o caminho,e o término do protesto. Porém, aquelas não foram bem sucedidas.

Durante o percurso, na Agamenon Magalhães, um dos manifestantes foi atropelado por um carro. Essa atitude gerou um momento de tensão entre os manifestantes e a polícia, que chegou para defender o motorista. Ao chegar no cruzamento do Derby, os manifestantes pararam novamente, após mais de 3 horas de mobilização. Por sua vez, a força policial se mostrou confusa e os mesmos começaram a intimidar os participantes, até a chegada do Choque. Neste momento a ANEL se retirou em bloco e o resto dos manifestantes seguiu em passeata pela Conde da Boa Vista até que o protesto se dispersou no mesmo local de sua saída.

E a luta continua…


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