Um século de existência propõe uma reflexão sobre o princípio, sobre o início de um processo urbanizador do espaço rural. Que sempre foi o verde, os espiritos dos encantados e a força de Ossain, que está viva nas folhas. É também território do grande Quilombo do Catucá, terra de existência dos grandes Reis Malunguinhos; espaço de continuidade de nossa raiz indígena, principalmente de sua miscigenação; e de respeito aos nossos ancestrais.
Hoje a universidade federal RURAL
de pernambuco, preserva a prática da memória mais antiga, senão da única que
nos torna (Brasileiros) singulares: A capacidade de importar e se adequar a
modelos. Modelos de educação, modelos de comunicação, modelos de copiar
modelos, modelos de desfile. E copiamos um sentimento infantiloide de querer
ser, pelo que se parece ser. E quis se parecer o primo não-rural, quando
podia-se elevar as origens ancestrais do verde, e se apresentar rural para os
rurais, se apresentar intelectualmente rural para os “não-rurais”.
E não vamos falar sobre
modernização, já que a tecnologia da urbanização pautada na construção civil
traz o mais do mesmo há anos. O que se tem pesquisado sobre energia limpa,
preservação de áreas verde, bioconstrução, processos de ventilação natural, nos
ditos “cursos verdes” da Rural? E o que se tem pesquisado: sobre aquecimento
climático pautado na construção de mais estradas; multiplicação do numero de
carros; ou mesmo o germe do concreto desarmônico que cada dia mais nos esconde
o céu e nos distância da terra? Bom, a mãe rural não vem dando exemplos de
modernização Rural. E não estamos falando sobre tratores certo? (Claro que não)
Mas todos nós como alunos, professores, técnicos ou gestores, somos “Rural” e o
que vamos dizer quando nos perguntarem sobre: O crime ambiental que ‘cometemos’
para construção de uma biblioteca setorial, que arcou os custos da pressa de
uma obra condenada ao fracasso; ou sobre a verticalização de nossos prédios
espelhados; ou sobre a pavimentação (pixe) de estradas rurais, que não deveriam
dar espaço para que velozes ego-motores cheguem rápido... do Cegoe ao R.U.?; ou
sobre a quantidade de ar condicionados num dos poucos espaços de área verde no
Recife? O que diremos? O que você dirá?
Que o sinônimo que a nossa universidade atribuiu ao “rural”, foi
“atraso”!? E por isso não quer ser rural? Que paradoxo confuso...
Foi preciso Revoculturar
novamente, saudar nossos ancestrais e voltar pra casa. O Revocultura pede
reintegração de posse das áreas verdes. E busca os movimentos de origem para
vacinar-se ante aos processos ‘modernizadores’ (vocês podem rir todas as vezes
que eu disser essa palavra). E traz as sementes do Bosque Sagrado para germinar
com arte, brotos de revolução verde, de intelectualidade das folhas e da
proteção de Ossain.